O Rio de Janeiro precisou esperar seis meses para ter uma concessionária oficial da Smart, a marca de microcarros da Mercedes-Benz.
Por puro preconceito disfarçado de estratégia de mercado, a chegada oficial do compactíssimo de dois lugares smart fortwo (escrito assim mesmo, com letras minúsculas), nome do único modelo da marca criada pela Mercedes em parceria com a fábrica de relógios Swatch, aconteceu em apenas duas concessionárias instaladas em São Paulo. Uma a cinco metros da outra.
Agora o carioca não precisa mais sair da cidade e o fluminense do estado para comprar o carrinho. Na última quinta-feira foi inaugurado o primeiro ponto de venda no Rio de Janeiro, mais precisamente na Barra da Tijuca: o Smart Center AGO - tradicional concessionária do grupo Mercedes no Rio.
O smart fortwo tem um desenho irreverente e incomum comparado aos carros populares nacionais. Mede apenas 2,70m de comprimento e 1,56m de largura. O Ford Ka antigo, por exemplo, que ainda circula muito pelas ruas, media 3,62m e 1,63m. Isso facilita o estacionamento, pois o Smart cabe em qualquer vaga. Já a altura de 1,54m o deixa com uma aparência desengonçada, que pode fazer com que ele tombe em uma curva mais fechada se não for dirigido com cuidado. E não é exagero. Um simples vento lateral o faz balançar. Para garantir a segurança a Mercedes endureceu a suspensão e equipou o fortwo com controle eletrõnico de estabilidade.
Voltando a falar do estilo: o que o faz chamar atenção, além do tamanho, são os faróis pequenos e elípticos, as lanternas traseiras divididas em duas e as colunas de cor cinza ou preta. É que a proposta original do Smart, lançado em 1997 e já na segunda geração, era trocar a cor da carroceria como as pulseiras dos relógios Swatch (no Brasil, este conceito ficou mais popular nos relógios Champion). Porém, a legislação brasileira exige a combinação da cor original do carro com o documento e esta modularidade fica restrita a manutenção, como a troca de uma peça amassada ou arranhada.
Por dentro, um painel de desenho simples, forração das portas com montagem jovial e bem cuidada com bancos altos. O teto do Coupé é transparente fumê e em plástico como as portas da carroceria. O teto é fixo, mas se o sol estiver muito forte há uma tela retrátil. Na versão conversível, também disponível no Brasil, a capota de lona é elétrica e tem vidro na traseira. O porta-luvas não tem tampa, mas se prolonga até o lado do motorista, embora seja separado pelo console central, que é afastado do quadro de instrumentos. Este só tem o velocímetro, um display digital com informações da marcha utilizada, marcadores de combustível, temperatura do motor e as luzes indicadoras. Conta-giros e relógio estão acima do console central e são giratórios.
Como o nome já diz em inglês e até foi citado anteriormente, o fortwo só comporta dois passageiros, que ficam apertados lado a lado, em compensação dispõem de bom espaço para as pernas e cabeça. E o porta-malas de 220 litros tem boa capacidade para o seu porte. Agradeça isso à ausência do estepe, que foi substituído por um líquido de vedação do pneu para ser usado em caso de emergência. A tampa ainda é bipartida: abre o vidro (apenas no Coupé) e o para-choque, sendo que este ainda possui um porta-trecos em seu interior.
O smart fortwo é importado nas versões Coupé e Cabriolet. Infelizmente é um brinquedinho de rico. O fechado custa, no Rio, R$ 59.900. O conversível é ainda mais caro: R$ 69.900. A versão Xclusive, mais esportiva, da Brabus, famosa preparadora alemã da Mercedes-Benz, também está no catálogo brasileiro. Tem motor de 98 cavalos e custa a partir de 80 mil reais.
Dos concorrentes do Smart só o Fiat 500 é vendido no Rio de Janeiro. Agora falta chegar o Mini.