Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação
Na sua estreia comparativa aqui no Guscar, em outubro do ano passado, o então recém-lançado Renault Duster humilhou o veterano e mestre Ecosport por 7 a 3. A revanche já está marcada: assim que o renovado Ford chegar às concessionárias, em julho.
Enquanto o novo desafio não vem, coloquei o vencedor do primeiro duelo entre SUVs compactos para enfrentar um patrício de estilo bem diferente, mas com a mesma proposta de oferecer amplo espaço interno e posição elevada com um chamativo jeitão fora-de-estrada, sem ser usado, de fato, como tal: o francês Citroën Aircross, fabricado no estado do Rio de Janeiro.
Os dois conterrâneos se enfrentam em suas respectivas versões manuais completas e com motor 1.6: a Dynamique do Duster (que também tem as opções de motor 2.0, câmbio automático e tração integral) e a Exclusive do Aircross (também disponível com transmissão automática).
Estilo e Acabamento
Com o lançamento do C3 Picasso, em junho do ano passado, a máscara de utilitário off-road autêntico do Aircross caiu junto com o estepe na tampa traseira, a suspensão elevada, estribos e para-choques robustos. Ainda assim, o Citroën continua mais arredondado, moderno e atraente do que o rival francês desenvolvido pela romena Dacia (subsidiária da Renault), que tem cara de SUV verdadeiro - mesmo abdicando do já brega estepe à mostra - mas com a impressão de que foi criado na época da ditadura comunista do general Ceausescu. Culpa das linhas retas até nos faróis e na grade.
Com o lançamento do C3 Picasso, em junho do ano passado, a máscara de utilitário off-road autêntico do Aircross caiu junto com o estepe na tampa traseira, a suspensão elevada, estribos e para-choques robustos. Ainda assim, o Citroën continua mais arredondado, moderno e atraente do que o rival francês desenvolvido pela romena Dacia (subsidiária da Renault), que tem cara de SUV verdadeiro - mesmo abdicando do já brega estepe à mostra - mas com a impressão de que foi criado na época da ditadura comunista do general Ceausescu. Culpa das linhas retas até nos faróis e na grade.
No interior, os dois franceses abusam dos plásticos duros. Os do Aircross têm mais requinte e qualidade, tanto na aparência quanto na montagem. Mas o Citroën merecia um acabamento tão caprichado quanto os seus irmãos C3 europeus, inclusive o esportivo DS3. No Duster, de acabamento mesclando duas tonalidades de cinza, black piano e alguns falsos cromados, a impressão é de que estamos num carro popular, pois são aproveitados dos irmãos do gênero Logan e Sandero. O C3, pelo menos, é um compacto premium.
Aircross 2x0
Espaço interno e Porta-malas
Se o familiar Aircross tem linhas mais agradáveis que o aventureiro nato Duster, no espaço interno, este dá o troco. Maior em comprimento (4,32m contra 4,28m), largura (1,82 contra 1,72m) e distância entre-eixos (2,67m contra 2,54m), o Renault também acomoda os passageiros com mais folga por dentro. Apesar de viajarem sem aperto atrás, as pernas dos passageiros do Citroën vão elevadas em relação à cintura. As mesinhas retráteis à frente, nas costas dos bancos dianteiros, que poderiam ser um diferencial de praticidade, acabam confinando um pouco. O Duster também leva vantagem no porta-malas: 475 contra 403 litros.
Se o familiar Aircross tem linhas mais agradáveis que o aventureiro nato Duster, no espaço interno, este dá o troco. Maior em comprimento (4,32m contra 4,28m), largura (1,82 contra 1,72m) e distância entre-eixos (2,67m contra 2,54m), o Renault também acomoda os passageiros com mais folga por dentro. Apesar de viajarem sem aperto atrás, as pernas dos passageiros do Citroën vão elevadas em relação à cintura. As mesinhas retráteis à frente, nas costas dos bancos dianteiros, que poderiam ser um diferencial de praticidade, acabam confinando um pouco. O Duster também leva vantagem no porta-malas: 475 contra 403 litros.
Aircross 2x2 Duster
Motor, Desempenho e Consumo
O Duster também tem a opção de motor 2.0, que também é bicombustível e tem 16 válvulas. Rende 142 cavalos. Mas o bloco 1.6 já é suficiente para derrotar o rival. Entrega 110 cv com gasolina e 115cv com etanol. O Aircross tem 110 e 113 cv.
O Duster também tem a opção de motor 2.0, que também é bicombustível e tem 16 válvulas. Rende 142 cavalos. Mas o bloco 1.6 já é suficiente para derrotar o rival. Entrega 110 cv com gasolina e 115cv com etanol. O Aircross tem 110 e 113 cv.
O desempenho do motor Renault também é superior. Mas a diferença de meio segundo na retomada entre 80 e 120 km/h, em 12,6 segundos (13,1 segundos no Citroën) é tão pouca que eu declarei empate técnico. A vantagem na aceleração de 0 a 100 km/h em 13,6 seg, é menor ainda. Tem apenas um décimo.
No consumo a situação se repete, mas agora a favor do Aircross. Média ponderada de 7,6 km/l (6,4 km/l na cidade e 9,1 km/l na estrada) contra 7,1 km/l (5,8 e 8,7 km/l) do Duster. Empate técnico mais uma vez. Como no desempenho, os números de consumo são da revista Carro.
Duster 3x2 Aircross
Segurança e Conforto
Os dois modelos têm três apoios de cabeça no banco de trás mas devem o cinto de segurança de três pontos no meio. Na lista de equipamentos o Aircross leva pequena vantagem por oferecer EBD nos freios ABS e ainda tem airbags laterais como opcional.
Os dois modelos têm três apoios de cabeça no banco de trás mas devem o cinto de segurança de três pontos no meio. Na lista de equipamentos o Aircross leva pequena vantagem por oferecer EBD nos freios ABS e ainda tem airbags laterais como opcional.
Mas o que vale é o desempenho na frenagem. Assim, a vitória é do Duster: a 120 km/h para em 61,6 metros. O Aircross em 77,7m. Mesmo em velocidade baixa, o Renault foi melhor: 25,5 contra 29,8m a 80 km/h. No conforto, que leva em conta o nível de ruído, o Citroën dá o troco. 64,3 contra 65,7 decibéis. A 120 km/h o decibelímetro da revista Carro registrou 67,8 dB para o Aircross e 70,2 dB o Duster. Os números de frenagem e ruído também são da publicação da editora Motorpress.
Duster 4x3 Aircross
Preço, Equipamentos e Assistência
O Duster é mais barato porque oferece menos equipamentos que o Aircross. Já com o desconto do IPI e das montadoras, a versão Dynamique custa R$ 54.030. Quem não quiser o carro na cor branca, única sólida no catálogo, terá que desembolsar mais 1.010 reais, aí podendo escolher entre azul, cinza, prata, preto, verde e vermelho, deixando o preço em R$ 55.040. O único opcional são os bancos em couro por R$ 1.490, deixando o valor final em R$ 56.530.
O Aircross oferece o sistema de navegação por mais R$ 2.400 adicionados aos R$ 56.540 da versão Exclusive com câmbio manual, também já descontado o IPI. Como o rival, o interessado no Citroën tem que escolher a carroceria branca se não quiser pagar pela pintura metálica, que sai por 1.190 reais. Completo, o preço chega a R$ 60.130.
Os dois trazem ar condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, travamento elétrico em movimento, sensor de estacionamento traseiro, banco do motorista com regulagem de altura, rodas de alumínio, computador de bordo, tocador de CD/MP3, com entradas auxiliares e comando na coluna de direção, airbags frontais e freios ABS. O Aircross justifica o seu preço mais alto com o ar condicionado digital, piloto automático, faróis e limpadores do para-brisa com acendimento automático, porta-luvas refrigerado, EBD nos freios ABS e bancos em couro já na lista dos equipamentos de série.
Na relação custo-benefício o Aircross é mais vantajoso pela diferença de cerca de 1.200 reais entre as versões com pintura metálica, o Aircross Exclusive sem navegador e o Duster com couro.
Quem quiser abrir mão dos freios ABS (na versão manual), airbag duplo, bancos em couro e dos sensores de chuva e faróis pode optar pelo GLX, a partir de R$ 49.130, subindo para R$ 55.990 com o câmbio automático. O Exclusive automático sai por R$ 62.040 sem pintura e o navegador.
O Duster basicão custa R$ 48.170, mas perde as rodas de liga-leve, para-choques na cor do carro, faróis de neblina, airbags e ABS e os retrovisores elétricos. Há também a versão Expression, por R$ 50.310, que recupera o para-choque na cor da carroceria e os airbags. Câmbio automático e tração 4x4 são exclusivos do motor 2.0.
Se o comprador optou por economizar no Duster não vai se arrepender no futuro, pois a manutenção do SUV genuino da Renault é mais barata e a rede de concessionárias (200 a 165) é maior. Segundo levantamento feito pela revista Carro Hoje em outubro de 2011, o pacote de peças custava R$ 1.614 contra salgados R$ 2.186 do Citroën no mês anterior. A marca do losango também cobra menos pela primeira revisão: 214 contra 297 reais. A vitória do Renault Duster está sacramentada.
Placar Final - Renault Duster Dynamique 1.6 16v 6 x 4 Citroën Aircross Exclusive 1.6 16v
Conclusão
O Citroën Aircross ganhou pontos nas falhas do rival (ruído, acabamento, equipamentos de série e estilo) para não perder tão feio em seu primeiro comparativo. Se o utilitário fluminense não foi muito bem-sucedido vestido de estepe e penduricalhos off-road talvez seja melhor apostar no seu lado mais urbano e familiar chamado C3 Picasso.
Já o Duster tem desenho e acabamento rústicos, além do ruído interno mais alto e menos equipamentos, mas se aproveitou do preço e manutenção mais em conta, do melhor conjunto mecânico, dos freios mais eficientes e da carroceria maior (espaço interno e porta-malas) para vencer o comparativo e manter seu "cinturão" na categoria dos utilitários esportivos compactos. O novo Ecosport vem aí para desafiá-lo novamente.
O Aircross oferece o sistema de navegação por mais R$ 2.400 adicionados aos R$ 56.540 da versão Exclusive com câmbio manual, também já descontado o IPI. Como o rival, o interessado no Citroën tem que escolher a carroceria branca se não quiser pagar pela pintura metálica, que sai por 1.190 reais. Completo, o preço chega a R$ 60.130.
Os dois trazem ar condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, travamento elétrico em movimento, sensor de estacionamento traseiro, banco do motorista com regulagem de altura, rodas de alumínio, computador de bordo, tocador de CD/MP3, com entradas auxiliares e comando na coluna de direção, airbags frontais e freios ABS. O Aircross justifica o seu preço mais alto com o ar condicionado digital, piloto automático, faróis e limpadores do para-brisa com acendimento automático, porta-luvas refrigerado, EBD nos freios ABS e bancos em couro já na lista dos equipamentos de série.
Na relação custo-benefício o Aircross é mais vantajoso pela diferença de cerca de 1.200 reais entre as versões com pintura metálica, o Aircross Exclusive sem navegador e o Duster com couro.
Quem quiser abrir mão dos freios ABS (na versão manual), airbag duplo, bancos em couro e dos sensores de chuva e faróis pode optar pelo GLX, a partir de R$ 49.130, subindo para R$ 55.990 com o câmbio automático. O Exclusive automático sai por R$ 62.040 sem pintura e o navegador.
O Duster basicão custa R$ 48.170, mas perde as rodas de liga-leve, para-choques na cor do carro, faróis de neblina, airbags e ABS e os retrovisores elétricos. Há também a versão Expression, por R$ 50.310, que recupera o para-choque na cor da carroceria e os airbags. Câmbio automático e tração 4x4 são exclusivos do motor 2.0.
Se o comprador optou por economizar no Duster não vai se arrepender no futuro, pois a manutenção do SUV genuino da Renault é mais barata e a rede de concessionárias (200 a 165) é maior. Segundo levantamento feito pela revista Carro Hoje em outubro de 2011, o pacote de peças custava R$ 1.614 contra salgados R$ 2.186 do Citroën no mês anterior. A marca do losango também cobra menos pela primeira revisão: 214 contra 297 reais. A vitória do Renault Duster está sacramentada.
Placar Final - Renault Duster Dynamique 1.6 16v 6 x 4 Citroën Aircross Exclusive 1.6 16v
Conclusão
O Citroën Aircross ganhou pontos nas falhas do rival (ruído, acabamento, equipamentos de série e estilo) para não perder tão feio em seu primeiro comparativo. Se o utilitário fluminense não foi muito bem-sucedido vestido de estepe e penduricalhos off-road talvez seja melhor apostar no seu lado mais urbano e familiar chamado C3 Picasso.
Já o Duster tem desenho e acabamento rústicos, além do ruído interno mais alto e menos equipamentos, mas se aproveitou do preço e manutenção mais em conta, do melhor conjunto mecânico, dos freios mais eficientes e da carroceria maior (espaço interno e porta-malas) para vencer o comparativo e manter seu "cinturão" na categoria dos utilitários esportivos compactos. O novo Ecosport vem aí para desafiá-lo novamente.
1º RENAULT DUSTER DYNAMIQUE 1.6 16V HIFLEX
Motor: Quatro cilindros, transversal, flex, 1.598 cm³,16 válvulas
Potência: 110 cv (gasolina) e 115 cv (álcool)
Aceleração de 0 a 100 km/h: 13,6 segundos (revista Carro, com álcool)
Velocidade máxima: 165 km/h (fabricante)
Consumo Médio: 7,1 km/l (Carro, com álcool)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,31/1,82/1,69/2,67 m
Porta-malas: 475 litros
Tanque: 50 litros
Preço básico: R$ 54.030
2º CITROËN AIRCROSS EXCLUSIVE 1.6 16V FLEX
Motor: Quatro cilindros, transversal, flex, 1.587 cm³, 16 válvulas
Potência: 110 cv (gasolina) e 113 cv (álcool)
Aceleração de 0 a 100 km/h: 13,7 segundos (revista Carro, com álcool)
Velocidade máxima: 165 km/h (fabricante)
Consumo Médio: 7,6 km/l (Carro, com álcool)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,28/1,72/1,69/2,54 m
Porta-malas: 403 litros
Tanque: 55 litros
Preço básico: R$ 56.540