Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação
No Brasil, o hatch do Vectra se chamava GT e GT-X (na verdade, ele e o sedã eram a terceira geração do Astra europeu). Projeto mundial, o sucessor Cruze é bem mais autêntico e, para romper ligações com o antecessor, a General Motors abriu mão de chamar a esperada versão de dois volumes de Cruze GT, mas não esqueceu a proposta esportiva.
Assim, o Cruze hatch aqui ganhou o nome de Sport6, em alusão às seis marchas do câmbio, tanto manual quanto automático. O carro já está à venda a partir de R$ 64.990, nas versões LT e LTZ.
A frente de grade agressiva, dividida desproporcionalmente pela barra na cor da carroceria e com o emblema dourado, é a mesma do sedã. A tampa do capô que avança um pouco sobre os faróis também está lá. Mas há diferenças. A grade inferior não tem nenhum friso e é em formato de colmeia. A moldura dos faróis de neblina ganhou cromados e os para-choques e laterais ganharam minissaias para deixar o carro mais perto do solo.
Na lateral e na traseira as coisas mudam. E não é só no formato da carroceria. O arco das janelas termina mais cedo e deixa a coluna C mais larga. O aplique de plástico preto no fim da área envidraçada permanece, mas no hatch está na vertical. O vidro traseiro ficou bem inclinado e elevado, o que prejudica um pouco a visibilidade. As lanternas, horizontais, foram posicionadas metade na traseira e metade na lateral. Lembram um par de olhos, com direito às pupilas, representadas nos elementos circulares. A tampa do porta-malas é limpa. A traseira, assim, ficou menos poluída que a do sedã, cheia de recortes e prolongamentos nas lanternas e cromados na traseira. Esta é a identidade estética do Cruze hatch ou Sport6.
Apesar do comprimento em relação ao sedã ter diminuído de 4,60m para 4,51m o espaço interno não foi muito reduzido, pois a distância entre-eixos permanece em 2,69m. A altura do habitáculo ficou até um pouco maior, por causa da queda mais lenta do teto, mas o ganho é anulado na versão LTZ, que tem teto solar (novidade na linha Cruze), por causa do revestimento. A perda maior ficou só no porta-malas, que caiu de 450 para 402 litros, mas ainda assim é bom entre os hatches médios.
Por dentro, o formato dos revestimentos, o painel com o conceito de duplo cockpit, o console cromado, as saídas de ar centrais verticais, o monitor no alto do console (tela de 7 polegadas com GPS no LTZ) e a capela com os três instrumentos separados, mas agrupados, também são os mesmos.Só aquela cobertura das portas e do painel agora é preta, para dar mais esportividade.
O motor Ecotec 1.8 Flex de 140 e 144 cavalos é o mesmo do sedã e derivado do 2.4 usado no Captiva. As opções são manual e automático, sempre com seis marchas. O desempenho também é igual, mas gasta um pouco mais de combustível. Em compensação freia em menos espaço e é mais silencioso.
O Sport6 é cerca de três mil reais mais barato que o irmão mais sóbrio. Por R$ 64.900 a LT com câmbio manual traz de série airbags frontais e laterais, controle de estabilidade (ESP), controle de tração, sistema de freios anti-blocante (ABS) com distribuição eletrônica de frenagem (EBD), sistema de fixação de cadeirinhas Isofix, rodas de alumínio de 17 polegadas, ar-condicionado, computador de bordo, direção elétrica progressiva, retrovisor interno eletrocrômico, retrovisores externos elétricos com desembaçador, vidros elétricos, volante multifuncional, piloto automático, viva-voz via Bluetooth, CD Player com MP3 e entradas USB e auxiliar e faróis e lanterna de neblina. Ao optar pelo câmbio automático, por R$ 69.900, o cliente também leva sensor de chuva e revestimento dos bancos em couro.
A LTZ custa R$ 77.400. Ao contrário do sedã, a versão top vem de série com câmbio manual e adiciona a todos os equipamentos do LT os airbags de cortina, retrovisores externos com rebatimento elétrico, sensor crepuscular, maçanetas externas cromadas, sensor de aproximação para portas dianteiras (Passive Entry), roda de alumínio de 17 polegadas com design exclusivo da versão (apesar de também ter cinco pontas, mas diferente do sedã), sensor de estacionamento traseiro, botão de partida start-stop, tela de LCD de sete polegadas com GPS integrado, teto-solar elétrico e acabamento interno em couro preto. Com câmbio automático, o preço sobe para R$ 79.400 e não há outro equipamento extra.
Achou caro? Eu também e com esse preço vai ter dificuldades para enfrentar os modernos Fiat Bravo (R$ 57.150) e Peugeot 308 (R$ 53.990), além dos veteranos Ford Focus (R$ 55.120), Volkswagen Golf, Citroën C4 (R$ 54.400), Nissan Tiida (R$ 47.990) e Hyundai i30 (R$ 54.250), este o líder do mercado, que aguarda a nova geração no final do ano. A GM se defende e diz que o Cruze é mais equipado.
Mas é bom ver que a General Motors se interessou em aumentar a linha Cruze no Brasil com o Sport6. Quem sabe não decide trazer a perua também?
Concorrentes
Citroën C4 - De R$ 54.400 (GLX 1.6 manual) a R$ 70.190 (Exclusive 2.0 automático completo)
Fiat Bravo - De R$ 57.150 (Essence 1.8 16v manual) a R$ 87.939 (T-Jet 1.4 turbo manual completo)
Ford Focus - De R$ 55.120 (GL 1.6 manual) a R$ 75.040 (Titanium 2.0 automático)
Hyundai i30 -De R$ 54.250 (GLS 2.0 manual) a R$ 58.250 (GLS 2.0 automático)
Nissan Tiida - De R$ 47.990 (S 1.8 manual) a R$ 60.590 (SL 1.8 automático)
Peugeot 308 - R$ 53.990 (Active 1.6 manual) a R$ 74.090 (Feline 2.0 automático completo)
Volkswagen Golf - De R$ 54.865 (1.6 manual) a R$ 72.085 (GT 2.0 automático)
FICHA TÉCNICA - CHEVROLET CRUZE SPORT6 LTZ AUTOMÁTICO
Motor: Quatro cilindros, transversal, flex, 1.796 cm³, 16 válvulas
Potência: 140 cv (gasolina) e 144 cv (álcool)
Aceleração de 0 a 100 km/h: 11,6 segundos (revista Quatro Rodas, câmbio automático e álcool)
Velocidade máxima: 197 km/h (fabricante, automático com álcool)
Consumo: 6,5 km/l na cidade e 8.6 km/l na estrada (Quatro Rodas, automático com álcool)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,51/1,79/1,48/2,69m
Porta-malas: 402 litros
Tanque: 60,3 litros
Preço: R$ 64.900 (LT manual) / R$ 69.900 (LT automático) / R$ 77.400 (LTZ manual) / R$ 79.400 (LTZ automático)