Uma das montadoras mais antigas dos Estados Unidos e do mundo, a Oldsmobile foi fundada em 1897, na cidade de Lansing, estado de Michigan. Desde então construiu uma história de pioneirismos. Um deles foi a invenção, em 1940, da transmissão Hydra-Matic. O nome foi patenteado pela General Motors, sua dona desde 1908, para designar o popular câmbio automático.
Em 1958, de olho no sucesso do Ford Thunderbird e do Chevrolet Corvette, a Olds começou a desenvolver um modelo com motor transversal de seis cilindros em V e tração dianteira, que não era usada nos Estados Unidos desde o fim do Cord, em 1937.
Liderado pelo engenheiro John Beltz, que mais tarde se tornaria presidente da Oldsmobile, o projeto passou para a fase de estilo em 1962. A partir de então, o novo modelo ficou a critério da preferência pessoal da equipe de design, chefiada por Bill Mitchell e Stan Wilen.
Com concepção estética livre, o projeto XP-784 ficou pronto em 1966. O nome Toronado, apesar de ser próximo a tornado, não tem significado semântico. Foi sugerido e cedido pelo presidente da co-irmã Chevrolet, Semon E. Knudsen. Antes, batizou um conceito da marca da gravata.
O Toronado foi lançado em 1966. Com plataforma do Buick Riviera, a versão definitiva era um cupê de duas portas, capô longo e traseira fastback e acabou creditada ao estilista David North, que queria um modelo compacto.
O porte desejado não foi possível porque o Toronado ganhou no seu desenvolvimento um motor V8, longitudinal, 7.0 litros (425 pol³) com 385 cavalos. Não foi montado bem ao centro do cofre para ser alinhado com o câmbio Turbo Hydramatic de três marchas.
Resultado: a carroceria tinha 5,36m de comprimento e 3,02m de distância entre-eixos. Os para-choques robustos eram integrados ao desenho. A frente se destacava pelos para-lamas avançados sobre a grade inteiriça e os faróis escamoteáveis. A lanternas traseiras eram quase contínuas, divididas apenas pela placa de licença.
Com bancos inteiriços na frente e atrás, o Toronado acomodava seis passageiros. Tinha opcionais como vidros elétricos, ajuste elétrico do banco dianteiro, volante com regulagem de altura e alcance, encostos de cabeça na frente, ar condicionado, rádio AM/FM com antena elétrica, piloto automático e vidro traseiro térmico. Com eles, o grandão ficava ainda mais caro do que já era. Básico custava US$ 4.585 na versão Standard. A completa, chamada Deluxe, saía por US$ 4.779. O Cutlass, modelo mais barato da marca custava US$ 2.322.
Mesmo assim, o Toronado vendeu 40.996 unidades em seu primeiro ano, quando também foi eleito o Carro do Ano pela revista norte-americana Motor Trend, por escolha óbvia e unânime, e ainda ganhou o prêmio de Excelência em Engenharia, por outra publicação, a Car Life.
Nos anos seguintes, o Toronado seria reestilizado várias vezes. Somando os face-lifts, mudava quase todo ano. Como novidades técnicas, teve um bloco 7.45 litros (455 pol³) de 375 cavalos e outro que alcançou os 400 cv. Mas veio a crise do petróleo nos anos 70 e o V8 perdeu capacidade e potência (mínimo de 5 litros ou 307 pol3 e 140cv). O Toronado chegou a ganhar um motor V6 4.1 da Buick de 125 cv e até outro movido a diesel: um V8 de apenas 105 cv.
As reestilizações profundas do Toronado ocorreram em 1971, 1979 (o face-lift de 1984 lhe deu painel digital) e 1986 (somente com motor V6 de 150 cv). O enorme e luxuoso cupê que resgatou a tração dianteira nos Estados Unidos saiu de linha em 1992, com um visual bem diferente e insosso do que você nas fotos da miniatura. A Oldsmobile foi extinta em 2004, para enxugar a linha da General Motors, quatro anos antes da crise econômica que vitimou outras duas marcas do grupo (Pontiac e Saturn).
Três fases posteriores do Toronado: de cima para baixo - 1968, 1977 e 1992, o último modelo. Fotos: Divulgação |