Texto: Gustavo do Carmo
A quarta geração do Honda CR-V já está à venda no país, um mês antes do previsto na matéria do Em Breve no Brasil, aqui no Guscar, em dezembro passado. Faltava confirmar as versões, o preço e a motorização. Ainda importado do México, o crossover continua com o motor 2.0, as versões LX e EXL e custa entre R$ 84,7 e 103,2 mil.
Há quem ache que o modelo sofreu apenas um face-lift. Mas o CR-V mudou radicalmente, sim. A carroceria é inteiramente nova e ganhou aparência mais dinâmica. Os faróis ficaram maiores e mais pontudos, enquanto a moldura da ampla grade vem montada sobre eles e avança para o para-choque. Deu um efeito tridimensional à dianteira. Na lateral a grande mudança foi no recorte das janelas, que adotaram um recuo levemente paralelo às lanternas. Estas continuam se estendendo de baixo para a altura do vidro traseiro. Na base deste há um aplique preto que se estreita até a cobertura da placa. O formato das lanternas ficou parecido com o Volvo XC60.
A carroceria parece que ficou maior do que já era. Mas o CR-V encolheu quatro centímetros em comprimento (4,585 para 4,53m) e altura (1,685 para 1,65m). A distância entre-eixos (2,62m) e a largura (1,82m) não mudaram.
Mesmo com a redução e manutenção das medidas, o espaço interno continua amplo, principalmente atrás. Até o porta-malas cresceu de 556 para 589 litros, que podem ser aumentados para 1.146 litros com o rebatimento automático dos bancos (por uma alavanca na lateral do bagageiro ou uma tira de tecido sob eles). Mas a recolocação é manual.
O acabamento evoluiu com materiais mais refinados. O desenho do painel ficou moderno e esportivo, principalmente no quadro de instrumentos, dominado pelo velocímetro no centro, cercado pelo conta-giros e outros marcadores, como as luzes do econômetro: branca para consumo elevado e verde, economia. A alavanca do câmbio continua próxima ao painel, como no CR-V antigo.
Já quem reparar no volante e depois olhar para o botão Econ (que recircula o ar condicionado e altera a alimentação), o GPS da versão EX-L e o display do i-Mid no alto do painel vai achar que o CR-V é uma versão perua do Civic. Principalmente pelo assoalho plano nos lugares traseiros. Não é, pelo menos oficialmente. Mas poderia ser considerado uma versão crossover dele, pois a origem do primeiro CR-V está no sedã.
O único motor ainda é o 2.0 i-VTEC, que ganhou apenas cinco cavalos de potência e agora tem 155 cv. Continua fraco para os 1.502 kg do LX e 1.592 kg do EXL. A relação peso/potência chega a 10,2 kg/cv nesta última. O 2.4 de 185 cv do luxuoso Accord pagaria mais IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), encareceria demais o CR-V e não daria o retorno financeiro esperado para a Honda. Em compensação o câmbio manual é novo e agora tem seis marchas. A transmissão automática, que deverá ser a mais procurada, manteve as cinco marchas, mas também é nova.
Segundo a revista Quatro Rodas, o CR-V automático e com tração 4x4 acelera de 0 a 100 km/h em 12,7 segundos e retoma a velocidade entre 80 e 120 km/h em 8,8 segundos. A aceleração é alta. A retomada, por outro lado, é boa. No entanto, os dois números estão ao nível dos concorrentes. A frenagem (de 62,4 para 68,8 metros) e o nível de ruído (de 63,8 para 64,5 decibéis), ambos a 120 km/h, pioraram em relação ao modelo antigo, de acordo com a mesma publicação.
O motor 2.0 ainda não é flex. Por isso, gasta pouco combustível por ser abastecido e testado apenas com gasolina. Faz 9,5 km/litro na cidade e 13,9 km/l na estrada, também informa a Quatro Rodas.
A versão LX custa R$ 84.700 com o câmbio manual e tração dianteira. Vem de série com rodas de alumínio de 17 polegadas, bancos em tecido, airbags frontais, freios ABS com distribuição eletrônica (EBD), cinto de segurança de três pontos e apoios de cabeça para os cinco passageiros, ar condicionado manual, computador de bordo com tela de 5 polegadas no alto do painel, câmera traseira para manobras (as imagens são projetadas nesta tela), faróis automáticos, bancos rebatíveis em 60:40, sistema ECON, volante multifuncional com controle do piloto automático e do rádio tocador de CDs com MP3 e entradas USB e auxiliares. Com câmbio automático o preço aumenta para R$ 87.900.
A top EXL sai por R$ 103.200, exclusivamente com câmbio automático e tração integral. Tem os mesmos itens da LX, mas troca o ar ar condicionado manual pelo automático de duas zonas e ainda adiciona airbags laterais dianteiros e de cortina (com alerta de presença de criança ou passageiro mal posicionado), controle eletrônico de estabilidade (que a Honda chama de Vehicle Stability Assist - VSA), assistência de saída em aclives (Hill Start Assist), bancos e volantes em couro, navegador GPS (a imagem da câmera passa para a tela de 6,5 polegadas), alto-falantes de subgraves, teto solar elétrico, Bluetooth (repetindo o erro com o Civic, que deveria tê-lo já na versão básica, assim como os faróis de neblina, também exclusivos da versão top), barras no teto e direção com assistência elétrica adaptativa, que endurece o volante nas curvas que exigem mais estabilidade, funcionando em conjunto com o controle de estabilidade. A garantia é de 3 anos e as cores disponíveis são Preto Cristal, Cinza Titanium, Cinza Paladium, Prata Metálico e Branco Tafetá.
Nascido como um utilitário esportivo para enfrentar trilhas, o CR-V ganhou preferência mesmo para andar na cidade, como uma perua. Por isso, desde a geração passada é classificada como crossover e foi justamente esta edição que consolidou o modelo no mercado brasileiro, chegando a ter a sua produção transferida do Japão para o México, de onde não paga imposto de importação.
Nascido como um utilitário esportivo para enfrentar trilhas, o CR-V ganhou preferência mesmo para andar na cidade, como uma perua. Por isso, desde a geração passada é classificada como crossover e foi justamente esta edição que consolidou o modelo no mercado brasileiro, chegando a ter a sua produção transferida do Japão para o México, de onde não paga imposto de importação.
O novo CR-V tem a missão de manter este sucesso, mas a forte concorrência, o motor fraco e ruidoso e a frenagem demorada podem aumentar o desafio.
Pontos Fortes
+ Estilo
+ Espaço interno
+ Consumo
Pontos Fracos
- Motor fraco para o tamanho do carro
- Frenagem
- Nível de ruído
Concorrentes
Chevrolet Captiva Sport 2.4 Ecotec - R$ 94.038
Fiat Freemont Emotion 2.4 16v - R$ 82.470
Hyundai ix35 2.0 16v Flex - R$ 85.000 (4x2 manual) e R$ 95.000 (4x4 automático)
Jeep Compass 2.0 16v automático 4x2 - R$ 97.900
Kia Sportage 2.0 16v Flex - De R$ 90.900 (manual 4x2) a R$ 113.400 (4x4 automático)
Mitsubishi ASX 2.0 16v - R$ 82.990 (manual 4x2) e R$ 100.990 (4x4 CVT)
Toyota RAV4 2.4 - R$ 108.500 (4x2 automático) e R$ 124.600 (4x4 automático)
Volkswagen Tiguan 2.0 TSI - R$ 119.990 (4x4 automático)
FICHA TÉCNICA - HONDA CR-V EXL 2.0 16v i-VTEC 4x4
Motor: Quatro cilindros, transversal, gasolina, 1.997 cm³, 16 válvulas
Potência: 155 cv
Aceleração de 0 a 100 km/h: 12,7 segundos (revista Quatro Rodas)
Velocidade máxima: Não informada
Consumo: 9,5 km/l na cidade e 13,9 km/l na estrada (Quatro Rodas)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,53/1,82/1,65/2,62m
Porta-malas: 589 litros
Tanque: 58 litros
Preço: R$ 84.700 (LX manual 4x2), R$ 87.900 (LX automática, 4x2) e R$ 103.200 (EXL aut. 4x4)