COMPARATIVO - HATCHES COMPACTOS

Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação
Dados de teste: Revista Quatro Rodas


Criado há 15 anos, o Palio chegou a ameaçar a liderança de vendas do VW Gol. O tempo passou, o compacto da Fiat envelheceu e foi ultrapassado pelo carro que deveria substituir, o renovado Uno. Por causa disso, a sua segunda geração, lançada no final do ano passado, foi reposicionada e passa a disputar um segmento de compactos que ainda não são premium, mas já não são mais populares. Tem opção de motor 1.0, como alguns dos seus concorrentes, mas dá o primeiro passo para quem deseja fugir de um carro de baixa cilindrada e prefere mais espaço interno.

Para desafiá-lo pela primeira vez, escolhi outra novidade do final de 2011: o Nissan March, que já perdeu um duelo para o Celta aqui no Guscar, mas com motor 1.0. Agora é a vez de confrontar o 1.6, com dezesseis válvulas. O japonês ainda é fabricado no México, mas será produzido aqui no estado do Rio no ano que vem. Até vigorar o eventual rompimento do acordo de importação com o país latino o March já deverá ser nacional.

O comparativo, entretanto, não terá somente os dois. Incluí também o chinês JAC J3, que só tem motor 1.4 (na verdade, a cilindrada de 1.332 cm³ foi arredondada por marketing). Aproveitei ainda para fazer uma atualização do comparativo mais acessado do blog (entre todos os textos), publicado em 2010, no qual reuni o Chevrolet Agile, o Fiat Punto, o Renault Sandero e o Volkswagen Fox. Desta vez, o Punto deu lugar ao novo Palio. Aliás, a ideia inicial era comparar só estes quatro. 

Temos, então, seis carros. Três nacionais e três importados, dos quais apenas o argentino Agile e o chinês JAC não têm versão 1.0. O primeiro terá este ano, pois será oficializado como o hatch de entrada da GM, com o provável fim do Corsa. Fox, Sandero e March têm motores 1.0 e 1.6. O Renault ainda tem um 1.6 16v, exclusivo do câmbio automático. Já o Palio, além das duas variações de cilindrada, também tem uma versão 1.4, a Attractive. Por falar em câmbio automático, além do Renault, Fox (i-Motion) e Palio Essence e Sporting (Dualogic), também têm esta opção de transmissão, mas é automatizada e com troca no volante opcional.

 Para equilibrar as forças, reuni dois carros 1.4 (Agile e JAC), dois 1.6 de oito válvulas (Fox e Sandero) e dois 1.6 de dezesseis válvulas: o March e o Palio Essence. Todos com o câmbio manual.





Temos duas novidades neste comparativo. A primeira é a volta da soma dos pontos de acordo com a classificação em cada item. É mais justo e racional do que aquele que vence mais, usado pela primeira vez, coincidentemente, naquele desafio de estreia do Agile. Um duelo especial merece uma análise detalhada. A outra é que cada modelo será apresentado individualmente, já com a classificação final. Os outros critérios voltarão quando eu comparar apenas dois ou três modelos. 

6º Renault Sandero Expression 1.6 8 válvulas - 39 pontos




Em 2010, com o critério antigo, o Renault Sandero ficou em último lugar entre quatro modelos. Na época, foi apontado como o mais barato, através da já extinta série especial Vibe, e o mais espaçoso. Agora, com nova grade dianteira e novos materiais do painel, grafismo dos instrumentos e tecidos (únicas novidades do facelift do ano passado), só mantém a melhor acomodação interna, graças à maior largura interna.

Os R$ 38.750 pedidos pela versão Expression com pintura metálica e equipamentos como ar condicionado, vidros e travas elétricos, no mínimo, o deixaram em terceiro lugar. Para ter retrovisores elétricos, freios ABS, airbag duplo, computador de bordo e som com MP3 é melhor escolher a versão Privilegé, por R$ 44.150. A versão automática deste tem motor de 16 válvulas e custa a partir de R$ 44.190 (sem a pintura metálica e os itens de segurança). Se todos fossem completos como o JAC J3, o Sandero ficaria em quarto. Entre os equipamentos básicos e relevantes da Expression estão apenas a direção hidráulica e as regulagens de altura do volante e do banco do motorista, o que o deixa apenas em quinto lugar.

O franco-paranaense também se saiu bem no conforto, onde perdeu, por pouco, no nível de ruído para o novo Palio (68,7 contra 68,1 decibéis a 120 km/h, segundo a revista Quatro Rodas). O acabamento também o deixou em segundo lugar, atrás apenas do Fox. Com materiais revistos, ficou com aparência mais caprichada, mesmo sendo mais simples que o Privilegé, que tem console com aplique em black-piano. O porta-malas de 320 litros, que era apenas 7 litros menor que o do Chevrolet Agile, agora também fica atrás dos 346 do JAC.
Painel da versão Privilegé

Além dos equipamentos de série, o Sandero foi fraco no desempenho, no consumo e na segurança, itens em que ficou em quinto lugar. Colocações que contribuíram para a sua última posição no comparativo. Com apenas 95 cavalos de potência quando abastecido com álcool e 92 cv com gasolina no motor 1.6 Hiflex de oito válvulas (o menos potente de todos), ele acelera de 0 a 100 km/h em 12,4 segundos, retoma entre 80 e 120 km/h em 22,1 seg. e alcança velocidade máxima de 174 km/h. Percorre 6,9 km/litro de álcool na cidade e 8,9 km/l na estrada. A frenagem vinda a 80 km/h é feita em 34,8 metros, número que seria melhor com freios ABS.

A garantia da Renault é de 3 anos, só perdendo para os 6 anos cobertos pela JAC Motors e empatando com a afiliada Nissan. Os demais têm um ano. No entanto, como o critério é o número de concessionárias, a montadora francesa tem apenas a quarta maior rede, com 174 revendas. 

Apesar de ter inspirado o recorte das janelas do novo Palio e das lanternas traseiras arrojadas, o estilo do Sandero já não impressiona tanto como há quatro anos. O facelift, que deveria ter lhe dado mais vida, entregou ainda mais a sua idade e a sua filosofia de baixo custo. O fechamento da grade deveria ter sido mais envolvente, interagindo com o capô, mas ficou apenas na mudança do para-choque e na nova chapa entre os faróis.


Versão Privilegé
FICHA TÉCNICA - RENAULT SANDERO EXPRESSION 1.6 

Motor: Quatro cilindros, transversal, flex, 1.598 cm³, 8 válvulas
Potência: 92 cv (gasolina) e 95 cv (álcool)
Aceleração de 0 a 100 km/h: 12,4 segundos (revista Quatro Rodas, com álcool) 
Velocidade máxima: 174 km/h 
Consumo Médio: 7,9 km/l (Revista Quatro Rodas, com álcool) 
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,02/1,75/1,53/2,59m 
Porta-malas: 320 litros 
Tanque: 50 litros 
Preço: R$ 33.890 (básico) / R$ 38.750 (intermediário) / R$ 44.150 (Privilegé completa) / R$ 47.650 (Privilegé automática completa)


5º Chevrolet Agile 1.4 LTZ - 39 pontos



Com o mesmo número de pontos que o Sandero, o Agile levou a melhor por ter ficado mais vezes em segundo lugar (4 a 2). Ambos ganharam um item. O Chevrolet é o mais equipado entre os seis na versão LTZ, mais vantajosa, por causa da menor diferença para a LT completa (R$ 42.928). Por R$ 44.688, com pintura metálica, traz ar condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, freios ABS com EBD, airbags frontais e o que o ajuda a superar o recheado JAC: piloto automático e computador de bordo. Por isso, acabou se saindo o mais caro.

Os quatro itens em que o Agile ficou em segundo foram o espaço interno, porta-malas (327 litros), segurança (frenagem em 26,9 metros a 80 km/h) e assistência (596 concessionárias Chevrolet). Mas a última colocação em quesitos como o preço, conforto, acabamento e estilo o empurraram para o penúltimo lugar.


Andando a 120 km/h, o decibelímetro da Quatro Rodas registrou 70 decibéis, o mais ruidoso dos seis. O acabamento deixa a desejar pela rigidez dos plásticos e aparência simples demais. Já as linhas são retas e desproporcionais: grade frontal enorme (com emblema minúsculo) e traseira reta com lanternas pequenas, sem falar da estranha e mal feita pintura preta na coluna lateral traseira. Se o face-lift previsto para o ano que vem eliminar isso vai deixá-lo um pouco mais atraente.

O motor Econoflex 1.4 de oito válvulas rende entre 97 e 102 cavalos. Só superou o 1.6 oito válvulas do Sandero. Mas lhe proporcionou um rendimento razoável: aceleração de 0 a 100 km/h em 12,8 segundos, retomada entre 80 e 120 km/h em 21,2 segundos e baixíssima velocidade máxima de 165 km/h. Desempenho que o colocou em quarto lugar. Uma posição acima ficou o consumo: média de 7,5 km/l na cidade e 9,7 km/l na estrada.

Agile das fotos na versão Wi-Fi, série especial que capta sinal de internet.
FICHA TÉCNICA - CHEVROLET AGILE LTZ 1.4 



Motor: Quatro cilindros, transversal, flex, 1.389 cm³, 8 válvulas

Potência: 97 cv (gasolina) e 102 cv (álcool)

Aceleração de 0 a 100 km/h: 12,8 segundos (revista Quatro Rodas, com álcool) 

Velocidade máxima: 165 km/h 
Consumo Médio: 8,6 km/l (Revista Quatro Rodas, com álcool) 
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,00/1,68/1,47/2,54m 
Porta-malas: 327 litros 
Tanque: 54 litros 
Preço: R$ 44.688



4º Volkswagen Fox 1.6 - 40 pontos



Realmente, os carros nascidos para oferecer mais espaço não se saíram bem neste comparativo. Depois do Sandero e do Agile, o Fox fecha a turma que ficou de fora do pódio. Para esse trio a pontuação no espaço interno foi inversamente proporcional à classificação final. No caso do Volks, o terceiro lugar no quesito virou o quarto geral. E pensar que ele tinha vencido o comparativo de 2010.

Mesmo se ainda valesse o regulamento antigo ele seria o vice-campeão, com as mesmas três vitórias do March, mas sem nenhum segundo lugar, o que o Nissan conseguiu dois.

O Fox se destacou na segurança, com frenagem em apenas 24,9 metros. Outras vitórias foram no acabamento, com melhores materiais e mais revestimento em tecido, e na maior rede de concessionárias da Volkswagen (620). Um dos defeitos do Fox é o porta-malas, de apenas 260 litros, o menor dos seis.


Outro último lugar obtido foi no consumo de 6,6 km/litro de álcool na cidade e 8,5 km/l na estrada. É  o preço cobrado pelo terceiro melhor desempenho entre os seis modelos, proporcionado motor 1.6 de oito válvulas, que rende 101 cavalos com gasolina e 104 cv com álcool, que lhe deu a quarta melhor potência e uma aceleração de 0 a 100 km/h em 11,7 segundos, retomada entre 80 e 120 km/h em 20,3 segundos e 184 km/h de velocidade máxima. O nível de ruído de 69 decibéis ficou empatado tecnicamente em terceiro lugar com o March (69,1) e o JAC J3 (69,3).

Por R$ 43.140 (preço sempre com pintura metálica e ar, direção, vidro e travas elétricos), o Fox 1.6 é o segundo mais caro, atrás apenas do Agile LTZ. Com o câmbio automatizado i-Motion, custa R$ 44.850 nesta mesma configuração. O pacote opcional "obrigatório" ainda traz os retrovisores elétricos, o alarme e a abertura das portas e porta-malas por controle remoto. Com airbags, freios ABS, faróis de neblina, rodas de liga-leve e sensor de estacionamento, custa R$ 46.555. De série, o modelo básico só traz a direção hidráulica e o banco do motorista com regulagem de altura, que o deixa em último lugar em relação a equipamentos. Pelado, o Fox custa R$ 36.695.

Atualizado em 2009, quando ganhou a frente padrão mundial da marca, as linhas do Fox já pedem uma nova geração de verdade. No final do ano, ele já terá quase uma década, a ser completada no ano que vem. Na Europa, o Fox, bastante criticado, foi substituído pelo ousado Up!, que recentemente ganhou as quatro portas. Aqui no Brasil, o novo carro é pequeno para os padrões nacionais. Será que a nossa Volks seria capaz de criar um novo Fox?

FICHA TÉCNICA - VOLKSWAGEN FOX 1.6

Motor: Quatro cilindros, transversal, flex, 1.598 cm³, 8 válvulas
Potência: 101 cv (gasolina) e 104 cv (álcool)
Aceleração de 0 a 100 km/h: 11,7 segundos (revista Quatro Rodas, com álcool) 
Velocidade máxima: 184 km/h 
Consumo Médio: 7,55 km/l (Revista Quatro Rodas, com álcool) 
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 3,82/1,64/1,54/2,47m 
Porta-malas: 260 litros 
Tanque: 50 litros 
Preço: R$ 36.695 (básico) / R$ 43.140 (intermediário) / R$ 44.850 (intermediário com i-Motion) / R$ 46.555 (manual completo)


3º JAC J3 1.4 16v - 45 pontos



A chinesa JAC Motors é candidata a ser a mais prejudicada pelo aumento do IPI para veículos importados fora do eixo Mercosul-México. Mesmo anunciando a construção de uma fábrica na Bahia, a marca representada pelo empresário Sérgio Habib deve ter forte elevação em seus preços nos próximos meses.

Por enquanto, ainda custa R$ 36.900 e nada mais, como diz o comercial com o apresentador Fausto Silva. Mesmo com o preço baixo, a lista de equipamentos de série é boa: ar condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, rodas de alumínio de 15 polegadas, som com entrada USB, freios ABS, airbag duplo, sensor de estacionamento traseiro, entre outros. Curiosamente, o J3, nome do compacto da marca, perdeu no preço para o March 1.6 S e em equipamentos para o Agile LTZ. Mesmo assim, a relação custo-benefício ainda agrada.

Seu estilo arredondado também é atraente. Mas tem cara de anos noventa e ficou atrás do March e do Palio. O que impressiona, mesmo, é o porta-malas de 346 litros. Pena que roubou o espaço dos passageiros para compensar. Só não é mais apertadinho do que o March.


Além de ser o concorrente de origem mais distante, o hatch chinês é o único que tem dezesseis válvulas no motor 1.4, com VVT (comando variável de válvulas) e que (ainda) não é flex. Isso lhe deu uma vantagem no consumo, pois a revista Quatro Rodas só testa os carros bicombustíveis com álcool. Assim, o J3 foi o mais econômico com 11 km/l de gasolina na cidade e 13,8 km/l na estrada. Em contrapartida, o desempenho foi prejudicado e o JAC se saiu o mais lento (13,4 segundos de aceleração e 23,3 s de retomada). Só a velocidade de 186 km/h que foi boa, mas essa é a divulgada pela otimista empresa.

Na segurança e no conforto, o J3 se saiu bem. Freia a 80 km/h em 27 metros, dez centímetros a mais que o Agile, empatando tecnicamente com ele em segundo lugar. O primeiro foi o Fox. Já no nível de ruído  a 120 km/h (69,3 dB) também houve empate técnico, mas em terceiro lugar e com o March (69,1) e o Fox (69).

Os carros chineses chegaram ao Brasil com a boa fama de baratos e bem equipados. Outra fama, desta vcz ruim, é a do mal acabamento. O importador Sérgio Habib até mandou fazer alterações nos materiais de revestimentos. Realmente agradam. Ficaria até em segundo. Mas falhas de montagem o jogaram para o quinto lugar, na frente apenas do Agile. Apesar da garantia de 6 anos, a rede de concessionárias ainda está crescendo. Por enquanto, tem apenas 46. O JAC J3 não ameaçou tanto, como se esperava.



FICHA TÉCNICA - JAC J3 1.4 VVT 16v



Motor: Quatro cilindros, transversal, gasolina, 1.332 cm³, 16 válvulas

Potência: 108 cv

Aceleração de 0 a 100 km/h: 13,4 segundos (revista Quatro Rodas) 
Velocidade máxima: 186 km/h 
Consumo Médio: 12,4 km/l (Revista Quatro Rodas) 
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 3,97/1,65/1,47/2,40m 
Porta-malas: 346 litros 
Tanque: 48 litros 
Preço: R$ 36.900



2º Nissan March 1.6 S - 45 pontos



A versão com motor 1.6 chegou um pouco atrasada, mas compensou com o melhor desempenho do comparativo. Acelera de 0 a 100 km/h em 10,2 segundos e recupera entre 80 e 120 km/h em 14,7 segundos. A velocidade divulgada pela Nissan é de 191 km/h. O primeiro compacto da Nissan vendido no Brasil também se destaca quando passa. A carinha simpática dos faróis arredondados contrasta muito bem com a traseira truncada (ao contrário do Agile). O vinco aerodinâmico no teto é um charme.

A terceira e última vitória do March foi na relação custo-benefício. O March S é suficiente para acelerar a versão 1.6 com conforto. Custando R$ 36.610 com pintura metálica, traz ar condicionado, direção elétrica progressiva, trio elétrico, computador de bordo, banco do motorista e volante com regulagem de altura e airbags frontais. Há também as versões SV e SR. A primeira tem a mais alarme acionado por controle remoto, rodas de liga-leve e rádio CD Player com MP3 e entradas. Custa R$ 38.710, também com pintura metálica (R$ 720). A SR tem detalhes esportivos, como rodas escurecidas, retrovisores exclusivos, aerofólio traseiro, spoilers dianteiro e traseiro, saias laterais e adesivos na carroceria. Sai por R$ 39.990 na cor preta e R$ 40.710 na cor cinza. Só não ganhou na lista de equipamentos porque não tem a opção dos freios ABS, que a Nissan garante que vai trazer ainda este ano.

Painel da versão SV, que vem com rádio.
Voltando a falar do motor, ele tem 16 válvulas e, apesar de ser Flex, rende 111 cavalos de potência com qualquer combustível. Desenvolvido especialmente para o March e, também, o sedã Versa, perde apenas para o Fiat Palio. O March também ficou em segundo lugar no consumo, com médias de 7,9 km/l na cidade e 10,9 km/l na estrada. O nível de ruído de 69,1 decibéis a 120 km/h é razoável. A frenagem foi prejudicada pela falta de ABS e chegou aos 36,7 metros a 80 km/h.

Outro ponto fraco é o espaço interno apertado, tanto para as pernas quanto para a cabeça. Mesmo assim, o porta-malas de 265 litros continuou pequeno. Superou apenas o lanterna Fox por apenas cinco litros. O menor comprimento entre os seis (3,78m) pode lhe dar praticidade na hora de estacionar, mas não deu folga para os ocupantes. O acabamento interno tem boa montagem mas peca pelo excesso de plásticos e ficou apenas em quarto lugar. A Nissan oferece 3 anos de garantia, mas tem apenas 113 concessionárias.

O March empatou em pontos com o JAC. Assim como o 1.0 em outro comparativo, ficou em segundo por ter vencido mais itens (3 a 2). Mas se não tivesse ficado duas vezes cada em penúltimo e último lugar, talvez tivesse ameaçado o vencedor do comparativo: o Fiat Palio.




FICHA TÉCNICA - NISSAN MARCH 1.6 S


Motor: Quatro cilindros, transversal, flex, 1.598 cm³, 16 válvulas
Potência: 111 cv (gasolina ou álcool)
Aceleração de 0 a 100 km/h: 10,2 segundos (revista Quatro Rodas, com álcool) 
Velocidade máxima: 191 km/h 
Consumo Médio: 9,4 km/l (Revista Quatro Rodas, com álcool) 
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 3,78/1,66/1,53/2,45m 
Porta-malas: 265 litros 
Tanque: 41 litros 
Preço: R$ 35.890 (básico) / R$ 36.610 (com pintura metálica) / R$ 39.990 (SR preta)

1º Fiat Palio Essence 1.6 16v - 49 pontos



O Palio foi o único que não ficou para trás em nenhum item. Nem em quinto lugar. Suas piores colocações foram o quarto lugar no preço, segurança, porta-malas, espaço interno e equipamentos. Essa regularidade lhe deu pontos preciosos para vencer esse duelo de compactos. 

Se ainda valesse o antigo critério, ficaria em quarto, atrás do March, do Fox e do J3, nesta ordem. O Fiat só ganhou dois itens. 

Um deles foi o motor. O E.TorQ 1.6 de 16 válvulas da versão Essence rende 115 cavalos com gasolina e 117 cv com álcool. O outro foi o nível de ruído, que eu considero sempre como conforto. A 120 km/h registrou 68,1 decibéis. O desempenho também foi muito bom. Acelera de 0 a 100 km/h em 11,3 segundos, retomada de 80 a 120 km/h em 21 s e velocidade de 192 km/h. Mas foi superado pelo Nissan March. O consumo de 7,4 km/l na cidade e 9,4 km/l na estrada lhe deu o terceiro lugar, empatado tecnicamente com o Agile. 

O desenho da nova carroceria é bonito e chama atenção. Mas perdeu em originalidade para o March ao beber na fonte de vários modelos da sua marca, como os faróis do Punto, o friso cromado na grade do 500, os para-choques, lanternas elevadas, ressalto da tampa traseira e painel interno do Uno e base das lanternas do Bravo. Será mais reconhecido como um belo Fiat do que como um belo Palio.


O acabamento interno tem boa qualidade. Há quem diga que supera o do modelo antigo, mas eu tive a impressão de simplificação. Ficou em terceiro lugar. Quem também ficou em terceiro foram as 560 concessionárias da Fiat. 

A frenagem de 30,7 metros ficou na quarta posição, que lhe deu apenas 3 pontos, a menor que o Palio obteve. Isso se repetiu no espaço interno que não cresceu a ponto de superar Agile, Sandero e Fox, no porta-malas que quase conservou o tamanho do anterior (285 litros) e na relação custo-benefício. 

A versão Essence, considerada, custa R$ 39.850 e já traz de série ar condicionado, direção hidráulica, vidros dianteiros e travas elétricos, banco do motorista e volante com regulagem de altura, e computador de bordo. Só incluí à parte os vidros elétricos traseiros e a pintura metálica. Com o câmbio automatizado Dualogic sai por R$ 42.573. Com trio elétrico, freios ABS, airbag e som com MP3, sai por R$ 44.059 e o Dualogic R$ 45.787. A outra versão com esse motor 1.6 16v é a Sporting, com apetrechos esportivos, que custa entre R$ 41.310 (sem pintura metálica, que dá opção de cores vibrantes) e R$ 43.830.  

Se a antiga geração do Palio foi ultrapassada em vendas pelo Uno, a nova lavou a honra da Fiat e venceu o comparativo, enquanto o irmão menor perdeu duas vezes aqui no blog. Os adversários vão pedir revanche.


FICHA TÉCNICA - FIAT PALIO ESSENCE 1.6 16v 



Motor: Quatro cilindros, transversal, flex, 1.598 cm³, 8 válvulas

Potência: 115 cv (gasolina) e 117 cv (álcool)

Aceleração de 0 a 100 km/h: 11,3 segundos (revista Quatro Rodas, com álcool) 
Velocidade máxima: 192 km/h 
Consumo Médio: 8,4 km/l (Revista Quatro Rodas, com álcool) 
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 3,88/1,67/1,51/2,42m 
Porta-malas: 285 litros 
Tanque: 48 litros 
Preço: R$ 39.850 (com pintura metálica e vidro elétrico traseiro) / R$ 42.573 (Dualogic idem) / R$ 44.059 (com freios ABS, airbag e som) / R$ 49.745 (Essence Dualogic Completa)





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