HISTÓRIA - VOLKSWAGEN VOYAGE (1981-1995)


Viagem Histórica
Por Gustavo do Carmo / Fotos: Divulgação, Editora Três e Revista Quatro Rodas

O sedã da nova geração do Gol, lançado este ano, não resgatou apenas o nome Voyage. Trouxe de volta uma história que ainda deixa muitos dos seus fãs saudosos, mesmo a Volkswagen tendo relançado o nome. Afinal, o Voyage 2008 não é o mesmo Voyage do passado.
O Voyage foi lançado em 1981 como o segundo modelo da nova família de compactos BX da VW. O primeiro foi o Gol, nascido no ano anterior. A perua Parati e a picape Saveiro viriam em 1982. Como no Fiat Siena em relação ao Palio, a montadora alemã também caprichou mais no sedã. Suas luzes de direção ladeavam os faróis e o motor era o 1.5 refrigerado a água do Passat. No hatch elas ficavam no pára-choque, deixando os faróis menores, e o propulsor era o mesmo 1.3 a ar do Fusca. O Gol esperou quatro anos para receber a novidade.

Em seu ano de estréia o Voyage foi eleito o Carro do Ano da Revista Autoesporte. Até para receber essa premiação o irmão mais velho precisou esperar (ganhou em 1990).

Em 1983 o Voyage ganhou as primeiras modificações: motor MD270 1.6 a água com mais torque (também havia o 1.6 a ar), câmbio de quatro velocidades com sobremarcha econômica, o chamado 3+E, e a carroceria de quatro portas. Pena que, naqueles tempos, carros de quatro portas ainda eram vistos como táxi. Por isso o Voyage nessa configuração foi rejeitado e saiu do mercado brasileiro em três anos. Durou até bastante.
Para festejar os jogos olímpicos de 1984 foi lançado o Voyage Los Angeles (em alusão à cidade-sede), que tinha rodas esportivas, discreto aerofólio, bancos anatômicos (os famosos Recaro) e pintura azul metálica bem chamativa.
Fora do mercado brasileiro o Voyage 4 portas continuou em produção porque a partir de 1987 passou a ser exportado para os Estados Unidos com o nome de Fox. Para atender as exigências do mercado norte-americano (foi vendido também no Canadá) ganhou ainda brake-light, injeção eletrônica, catalisador e cinto de segurança automático. Quem o acompanhou foi a perua Parati, lançada lá com o nome de Fox Wagon. Pelo menos duas alterações foram disponibilizadas logo para o nosso mercado: a nova frente (ligeiramente diferente, com os faróis alinhados à grade aqui e recuados lá, para mais segurança) e o novo painel. A terceira luz de freio só chegou em 1990, o catalisador em 92 e a injeção eletrônica no ano seguinte. O cinto de segurança automático nunca existiu por aqui.
No Brasil o Voyage já tinha motor 1.8 desde 1986 e a versão GLS desde o início. No final dos anos 80, junto com os seus irmãos Gol, Parati e Saveiro, recebeu o motor AE 1600 da Ford e mais uma reestilização parcial na linha 91. Pouco antes, o mercado interno já recebera de volta o modelo quatro portas no nível GL.
Em 1992 os norte-americanos pararam de comprar o Voyage. Em 94 ele deixou de ser fabricado no Brasil para ser importado da Argentina. Lá era chamado, primeiro, de Gacel, depois de Senda. No resto da América do Sul seu nome era Amazon. Suas vendas se encerraram de vez aqui no final de 1995 com a série especial Special. O objetivo foi abrir espaço para o Polo Classic, também fabricado lá, mas que nunca fez sucesso entre nós. O Voyage foi o único da família que não acompanhou a segunda geração do Gol.

Agora em 2008, para corrigir o que muitos consideram uma grande burrice, o Voyage volta para ajudar a Volkswagen a reconquistar a liderança do mercado.

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