LANÇAMENTO - VOLKSWAGEN VOYAGE


Pretérito para o futuro
Por Gustavo do Carmo

Atendendo a pedidos, a Volkswagen ressuscitou o Voyage. Claro que não é o mesmo sedã que existiu entre 1981 e 1995, derivado da carroceria do Gol e que foi até exportado para os Estados Unidos (onde era chamado de Fox).

É a versão do Novo Gol com o baú do porta-malas separado da carroceria. O chamado terceiro volume. Apesar de ser o mesmo Gol dos faróis até a porta traseira, a Volkswagen garante que projetou o sedã separadamente. As provas são a caída mais suave do teto e a suspensão traseira mais reforçada. Mas o espaço interno para as pernas atrás é o mesmo por causa da distância entre-eixos de 2,46m, igual a do hatch, que tem comprimento de 3,93m, enquanto o Voyage mede 4,23m. O porta-malas tem capacidade para 480 litros e abertura elétrica pelo painel (pela chave é opcional). Mas seu tamanho poderia ser maior e a dobradiça tradicional ainda rouba espaço da carga.

As lanternas são levemente diferentes do hatch, com estilo ainda mais discreto. A Volks deixou de lado a ousadia das lanternas com prolongamentos e refletores circulares como a Space Fox, o Polo Sedan, o Bora, o Passat e o Jetta Sedan. A discrição começou exatamente com a perua deste último. A tampa do Voyage ainda tem um sutil aerofólio.


Além do espaço interno, o painel também é o mesmo. Entretanto mudam as cores e os revestimentos dos bancos e das portas, mais avermelhados, pois a proposta do sedã é ser mais requintado. Outra diferença do Voyage para o Gol está nas versões de equipamento. Além da básica e da Trend, o Voyage ganhou o nível Comfortline só para ele.



O básico, mesmo 1.0, já tem refletor duplo dos faróis de série (simples no Gol). Custando a partir de R$ 30.990, ele e o 1.6 standard (de R$ 35.180) vêm com banco do motorista e cintos de segurança dianteiros com regulagem de altura, pára-sóis com espelho, vidros verdes, desembaçador do vidro traseiro, apoios de cabeça traseiros, porta-malas com abertura elétrica, iluminação e revestimento integral. O aro das rodas é de 14 polegadas. O Trend (R$ 37.600), que só tem motor 1.6, inclui direção hidráulica, conta-giros e chave tipo canivete. O revestimento das portas é em tecido, substituindo o plástico das versões básicas. O Comfortline (R$ 39.430), também exclusivo do 1.6 vem com vidros e travas elétricos, antena de teto, amplificador de sinal e seis alto-falantes, coluna de direção com regulagem de altura e profundidade, faróis de neblina, rodas aro 15, brake light, rede porta-objetos no porta-malas, aerofólio traseiro e detalhes exclusivos de acabamento. Este é o mais atraente em custo-benefício. Porém, falta o ar condicionado que deveria ser de série, mas é opcional até para o topo de linha.

Para quebrar o galho dou o preço do Voyage com os obrigatórios equipamentos de conforto e conveniência (ar, direção, vidros e travas elétricos): o 1.0 sai por R$ 36.435 e o 1.6 custa R$ 42.905.



Outros opcionais são os airbags para motorista e passageiro, freios ABS, CD Player com MP3, Bluetooth e entradas auxiliares e o I-System, o vistoso computador de bordo equivalente ao My Car da Fiat. Navegador GPS, sensor de estacionamento, bancos em couro, roda de 15" de desenho próprio, outros equipamentos de áudio e alarme são acessórios vendidos nas concessionárias.

Os motores também são os mesmos do campeão nacional de vendas. O 1.0 de 72 e 76 cavalos e o 1.6 de 101 e 104 cavalos. Ambos VHT e TotalFlex. Segundo a VW, o Voyage chega a velocidades máximas de 168 km/h e 166 km/h e acelera de 0 a 100 km/h em 13,3 s e 13,8 s. Abastecido com gasolina, o Voyage 1.0 tem consumo de 18,6 km/l na estrada e 14,1 km/l na cidade. Já o 1.6 fornece tem máxima de 193 km/h e 191 km/h e a aceleração de 0 a 100 km/h é de 9,8 s e 10,1s. Com o derivado de petróleo, roda 18,5 km/l na estrada e 13,1 km/l na cidade. Na potência e no desempenho os números do motor álcool são sempre melhores.

Se não fosse a voz do povo (que faz parte do nome da Volkwagen), o Voyage receberia o insosso nome de Gol Sedan. Isso é que é democracia. A montadora alemã há muito tempo queria um sedã mais simples para concorrer com Chevrolet Prisma e Corsa Sedan, Fiat Siena, Ford Fiesta Sedan e Renault Logan no seu segmento, pois os sucessores do modelo antigo, Polo Classic e Polo Sedan, se sofisticaram demais. Resgatar o nome do passado foi uma ótima estratégia de marketing e deve render boas vendas no futuro.


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