Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação
Faltou palavras para a Hyundai-CAOA enaltecer o Equus. É que a importadora da marca sul-coreana no Brasil, com o seu costume de criar frases superlativas em suas propagandas, já comparou o quase top Genesis com o Rolls-Royce só por causa de compartilharem o sistema de som.
Agora que o Equus, de fato, o verdadeiro top de linha da Hyundai e que também tem o som da Lexicon Logic 7.1 da autoritária marca britânica, chegou ao país, a importadora repete que o Equus vai concorrer com os mais sofisticados modelos da Rolls-Royce. Mas os verdadeiros concorrentes serão o BMW 750i, Mercedes Classe S500 e Lexus LS460.
E está mesmo. O Equus é um luxo só. No banco traseiro há muito conforto com massagem, apoio para as pernas com regulagens eletrônicas e mesa à disposição nas costas do banco da frente. Pena que é só no lado direito. A Hyundai focou o Equus no executivo com motorista e secretário, que se senta no lado esquerdo, enquanto o patrão entra pelo lado da calçada. Só assim para entender o luxo de um lado só. Ao secretário resta pegar o champanhe no frigobar no console central que divide o banco traseiro, fechar a cortina elétrica do vidro traseiro dos laterais e operar o sistema multimídia para o chefe.
Pelo menos todo mundo tem direito a um excelente espaço interno (distância entre-eixos de 3,05m), regulagens elétricas e aquecimento ou resfriamento dos bancos e do volante, todos revestidos em couro Alcantara e costurados à mão. A direção, com assistência eletro-hidráulica progressiva, também tem aro em madeira de lei, presente também no painel, portas e consoles. O banco do motorista também tem o massageador. As portas podem ser fechadas automaticamente mesmo se alguém não aguentar o seu peso e não fechar direito. Um sistema de sucção completa o travamento. A privacidade sonora de todos é garantida pelos filmes à prova de som nos vidros.
O Equus tem entre outros equipamentos chave presencial, botão de partida, trilha sonora ao abrir a porta, ativação da memória da regulagem do banco do motorista e volante quando se entra no carro, teto solar, painel com monitor central de 8 polegadas com todas as informações do carro e quadro de instrumentos Supervision 3D, computador de bordo com 7 funções, rádio com entradas para iPod/USB, até 6 CDs e DVD, com comandos no volante, faróis de xenônio adaptativo em curvas, lanternas e setas em LED, rodas de liga-leve de 18 polegadas cromadas com pneus 245/45, ângulo dos retrovisores laterais ajustado automaticamente quando o veículo anda de ré, câmeras frontais e traseiras.
Na lista de itens de segurança se destacam controle de estabilidade (ESP), nove airbags (condutor, passageiro, lateral dianteiro e traseiro, cortina e para os joelhos do motorista.) e encostos de cabeça ativos eletronicamente. Para melhor gestão do ESP, há o sistema VSM, freio de estacionamento eletrônico (EPB) e piloto automático que mantém uma velocidade constante e, se um veículo à frente estiver se deslocando mais lentamente, usa os sensores do ESP para manter uma distância segura.
O luxo do Equus chamou mais atenção do que o seu estilo, que não é tão discreto assim. A frente de 1,90m de largura tem faróis triangulares, grade trapezoidal com filetes cromados, incluindo o central, que tem emblema distinto. O capô tem uma escultura estranha, que de longe tenta imitar o Spirit of Ecstasy da Rolls-Royce. O perfil de 5,16m de comprimento é arredondado e tem uma saliência na altura da porta traseira, se assemelhando ao antigo Azera. A traseira tem lanternas triangulares saltadas para a lateral, tampa elevada e friso cromado acima da placa remete ao Mercedes Classe S.
Para mover todo esse conforto de jatinho executivo, que resulta num peso de pouco mais de duas toneladas (2.005 kg), o Equus foi dotado de um motor V8 de alumínio, com quatro válvulas por cilindro, 4.6 litros e rende 366 cavalos de potência e 44,8 kgfm de torque. A transmissão é feita por uma caixa automática sequencial de oito velocidades. O conjunto consegue levar o Hyundai a uma aceleração de 0 a 100 km/h em 7,8 segundos e retomada entre 80 e 120 km/h em 5,2 seg. O consumo de 6,4 km/litro na cidade e 10,1 km/l na estrada é aceitável. Números da Quatro Rodas. O conforto ao rodar é garantido pela suspensão a ar auto-ajustável eletronicamente com controle contínuo de amortecimento.
É com o preço de R$ 320 mil e a garantia de 5 anos sem limite de quilometragem que a Hyundai vai tentar convencer os interessados em Audi A8 (R$ 563.535), BMW 750i (R$ 475 mil) e Mercedes Classe S (R$ 559 mil) a escolherem o Equus. As cores disponíveis são apenas preto, prata e branco, esta 10 mil reais mais cara.
O sul-coreano tem menos prestígio que os autênticos alemães e a mordomia é restrita a apenas um lado do banco traseiro. Quem vai querer luxo pela metade?
FICHA TÉCNICA - HYUNDAI EQUUS V8 4.6
Motor: Oito cilindros em V, longitudinal, gasolina, 4.627 cm³, 32 válvulas
Potência: 366 cv
Aceleração de 0 a 100 km/h: 7,8 segundos (revista Quatro Rodas)
Velocidade máxima: não divulgada
Consumo: 6,4 km/l na cidade e 10,1 km/l na estrada (Quatro Rodas)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 5,16/1,90/1,50/3,05 m
Porta-malas: 450 litros
Tanque: 77 litros
Preço: R$ 320.000 (R$ 330.000 na cor branca)