Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação
A Hyundai está entrando em uma nova fase no Brasil. E por conta própria, sem a ajuda de ninguém. É assim que a montadora sul-coreana vai estrear no segmento de carros populares. Para isso, dispensou a importadora CAOA e construiu, sozinha, uma fábrica em Piracicaba, interior de São Paulo, para produzir o HB20.
Apesar da divulgação já ter começado na televisão, o hatch compacto só chegará às concessionárias próprias da matriz no dia 10 de outubro, mas já é possível saber que o HB20 veio para quebrar uma regra de mercado, oferecendo estilo moderno e bom acabamento num carro pequeno com motor 1.0 e ainda por um bom preço, algo raro de se ver no Brasil.
Com 3,90 m de comprimento, 1,68 m de largura, 1,47 m de altura e 2,50 m de entre-eixos, seu perfil é bem reto. A escultura fluída, conceito estético mundial da Hyundai, está presente nos faróis pontiagudos, na grade tridimensional, na entrada de ar sorridente do para-choque dianteiro, nos vincos que atravessam a lateral da carroceria e nas lanternas horizontais em posição elevada na tampa do porta-malas, quase coladas no vidro, com um afundamento entre elas para dar um efeito de modernidade.
O interior segue o visual dos outros carros da marca, como o Elantra e a nova geração do médio i30 (que, aliás, lembra bastante o HB20 também por fora), com túnel dos instrumentos destacado, plásticos (duros), e revestimento das portas de boa qualidade, além de cromados em volta das saídas de ar (as centrais em forma de asa) nas versões mais caras. O HB20 vai na contramão do franciscanismo de concorrentes como Gol, Palio, Sandero, Etios e March. Só o futuro Chevrolet Onix deve apresentar qualidade semelhante.
O espaço interno no banco traseiro aparenta boa folga para as pernas e a cabeça. O porta-malas tem capacidade para 300 litros, extensíveis a 900 litros com os bancos rebatidos. Pela primeira foto abaixo dá pra perceber um defeito: a falta de apoio de cabeça e cinto de segurança de três pontos para o passageiro do meio do banco traseiro.
O espaço interno no banco traseiro aparenta boa folga para as pernas e a cabeça. O porta-malas tem capacidade para 300 litros, extensíveis a 900 litros com os bancos rebatidos. Pela primeira foto abaixo dá pra perceber um defeito: a falta de apoio de cabeça e cinto de segurança de três pontos para o passageiro do meio do banco traseiro.
O HB20 terá duas opções de motorização, ambas flex. A primeira é o mesmo 1.0 de três cilindros do Kia Picanto, que tem doze válvulas com comando variável (CVVT) e rende 80 cavalos com álcool no tanque. Com ele o Hyundai acelera de 0 a 100 km/h em 14,9 e 15,9 segundos, com álcool e gasolina, respectivamente, e alcança os 160 km/h com etanol.
O outro propulsor é o 1.6 de quatro cilindros, também CVVT, com 128 cavalos no máximo. É o mesmo dos Kia Cerato e Soul e também vai equipar o novo i30 aqui no Brasil. O 1.6 pode ter câmbio manual de cinco marchas ou automático de quatro. A aceleração do manual ficará em torno dos nove segundos com velocidade máxima de 184 km/h. Já o automático chega aos 100 km/h na faixa dos 11 segundos, com dez quilômetros a menos na máxima.
O outro propulsor é o 1.6 de quatro cilindros, também CVVT, com 128 cavalos no máximo. É o mesmo dos Kia Cerato e Soul e também vai equipar o novo i30 aqui no Brasil. O 1.6 pode ter câmbio manual de cinco marchas ou automático de quatro. A aceleração do manual ficará em torno dos nove segundos com velocidade máxima de 184 km/h. Já o automático chega aos 100 km/h na faixa dos 11 segundos, com dez quilômetros a menos na máxima.
A versão 1.0 Comfort é a mais barata. Vai custar R$ 31.995 e trazer de série ar condicionado, direção hidráulica, airbag duplo, computador de bordo, rodas de aro 14 polegadas com calotas, faróis com máscara negra e quadro de instrumentos aceso permanentemente.
O preço do modelo básico é muito bom, comparado aos concorrentes do mesmo porte com ar condicionado. As outras versões 1.0 são a Comfort Plus (R$ 33.995) e a Comfort Style (R$ 37.995). O 1.6 terá as três (R$ 36.995, R$ 38.995 e R$ 42.995) e mais a Premium (R$ 44.995). As duas últimas podem ter o câmbio automático (R$ 45.995 e R$ 47.995).
A Comfort com motor 1.6 adiciona freios ABS com EBD. A Comfort Plus traz a mais alarme, vidros e travas elétricos, chave canivete e portas com parte do revestimento em tecido. A Style acrescenta a esta rodas de liga leve aro 14", sistema de freios ABS com distribuição eletrônica da força de frenagem (EBD), sistema de som com comando no volante e banco traseiro bipartido. Por fim, a Premium tem a mais rodas de liga de 15", painel bicolor, interior em tom claro, sensores de luminosidade e de estacionamento, volante revestido em couro e máscara dos faróis cromada.
Só existem dois opcionais: um sistema mais sofisticado de áudio com controle no volante (em quatro versões), por R$ 995, e a pintura metálica (R$ 1.045) ou perolizada (R$ 1.245). As oito cores são vermelho, branco, preto (sólidas), cinza claro, cinza escuro (metálicas), azul, marrom e preto (perolizadas). Um caleidoscópios, se comparado à CAOA, que só oferece preto e prata. A garantia é de cinco anos sem limite de quilometragem e o Seguro Auto Hyundai sai por R$ 1.300 nas versões 1.0 e R$ 1.600 nas versões 1.6, sem exigência de perfil ou localidade.
Por atuar sozinha, o HB20 terá uma rede exclusiva de concessionárias. Assim, você não encontrará o hatch compacto nas concessionárias da CAOA e nem os importados terão vez nas revendas da Hyundai Motors do Brasil. É uma vantagem para o marketing, mas vejo isso como algo negativo, pois além de expor as divergências entre as distribuidoras, reduz o número de revendas da marca, apesar da Hyundai já ter 156 concessionárias em todo o país e da montadora garantir que o hatch pode ser consertado nas lojas da representante. A garantia, entretanto, é de 5 anos, como em toda linha, que se limita a 100 mil quilômetros quando o cliente for pessoa jurídica.
O nome do HB20 foi pouco inspirado, criado a partir da junção das iniciais de Hyundai Brasil com o código 20 do porte do carro. Foi tentado o nome Samba, mas o ritmo musical mais famoso do país é protegido por uma patente tão cara que nem a FIFA conseguiu pagar para batizar a bola da Copa do Mundo de 2014, a ser disputada aqui. Na Europa, o equivalente a ele se chama i20, mas o nosso ficou bem mais bonito.
O HB20 pode não tirar a eterna liderança de 25 anos do Gol, mas já acabou com a regra de que carro para país emergente como o nosso tem que ser feio, pelado e mal acabado. Palmas para a Hyundai.
O HB20 pode não tirar a eterna liderança de 25 anos do Gol, mas já acabou com a regra de que carro para país emergente como o nosso tem que ser feio, pelado e mal acabado. Palmas para a Hyundai.