LANÇAMENTO INTERNACIONAL - OPEL ADAM

Texto: Gustavo do Carmo

Fotos: Divulgação

Desde 1983 a Opel sonhava com um subcompacto para se posicionar abaixo do Corsa, lançado um ano antes. A primeira tentativa foi o Junior, daquele mesmo ano, que nunca passou da fase de conceito. Em 1999 lançou o desengonçado Agila, que existe até hoje em sua segunda geração. Só que este é um projeto da japonesa Suzuki, que chamou as duas versões de Wagon R+ e Splash.

Quase trinta anos depois do primeiro protótipo, a marca alemã, que nasceu em 1863, fabricando bicicletas e máquinas de costura, revela o seu primeiro subcompacto genuíno. O nome Junior foi novamente cogitado, mas resolveram homenagear o fundador da empresa que já leva o seu sobrenome: Adam, o primeiro nome do senhor Opel.

O Opel Adam começará a ser vendido na Europa no início do ano que vem (30 anos depois do Junior) em um cenário repleto de compactos de visual chamativo, alguns deles nostálgicos, com perfil jovem e ao mesmo tempo luxuoso, com cores quentes por fora e por dentro, além do teto contrastando com o resto da carroceria. Estou me referindo a modelos como Fiat 500, Citroën DS3, Volkswagen Beetle, Mini Cooper e Audi A1.

E o Adam não deixará de seguir esta moda. Com apenas duas portas, 3,70 m de comprimento, 1,72 m de largura e 2,31m de distância entre-eixos, sua traseira inclinada lembra o 500, só que com lanternas horizontais. A lateral, com vincos em L na porta e outro mais reto na parte traseira, foi inspirada no Ford Ka europeu. Já os faróis se parecem com o DS3. O diferencial do seu estilo está no emblema concentrado na grade do para-choque dianteiro, cercada pelos faróis de neblina. Uma posição baixa que faz lembrar um antigo roadster da Opel da década passada: o Speedster. Destaque também para o arco das colunas laterais, que termina antes da linha de cintura, dando um efeito flutuante. Em algumas versões o teto pode ser de vidro e com uma entrada aerodinâmica. As rodas poderão ter entre 15 e 18 polegadas.

O interior segue a filosofia dos rivais. O painel tem formas simples, mas de aparência esportiva, com todas as saídas de ar circulares e apliques coloridos. O volante tem três braços, sendo o inferior dividido, como em vários carros ultimamente. O quadro de instrumentos, com dois chamativos túneis de capa cromada, lembra os roadsters dos anos 60. O toque de modernidade está na tela do computador de bordo entre eles e, claro, no monitor de sete polegadas sensível ao toque no centro do painel e que pode ser integrado aos smartphones e também tem som, vídeo, internet e navegador por GPS. O teto interno pode ter iluminação por LEDs e pode simular um céu estrelado.

O Adam também terá bancos com aquecimento, sistema de estacionamento automático, faróis e lanternas integralmente iluminados por LEDs, teto panorâmico, entre outros. Para a segurança dos quatro passageiros estão garantidos airbags de cortina para laterais e cabeça e cintos com pré-tensionadores. As versões de acabamento serão chamadas de Jam (fashion e colorido), Glam (elegância, refinamento e sofisticação) e Slam (esportividade e dinamismo).

A tecnologia sustentável também estará presente na mecânica com o sistema Start/Stop, que desliga o motor nas paradas de trânsito e religa quando se pisa no acelerador. A linha inicial de motorização EcoFlex terá um 1.2 de 70 cavalos de potência e dois 1.4, com 87 e outro com 100 cavalos. Por enquanto, todos a gasolina. O câmbio também começa sendo simplesmente o manual de cinco marchas. Futuramente surgirão os movidos a diesel e os com gasolina com injeção direta e turbocompressor, o câmbio de seis velocidades, o câmbio automático. Também deve surgir uma versão apimentada preparada pela divisão esportiva da Opel, a OPC.

O Adam será apresentado ao público no Salão de Paris, em setembro. Quer comprá-lo no Brasil? Torça para algum importador independente trazer, pois ele não se encaixa nos planos da Chevrolet em nosso mercado, que só recebe carros de acabamento pobre, com a minivan Spin e o hatch Onyx, que chegará em outubro para o lugar do Celta. A não ser que a GM mude de ideia nos próximos dois anos.