NO MERCADO - BMW SÉRIE 1

Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação


Enquanto o BMW Série 3 está na sexta geração e já tem uma tradição de 37 anos para honrar, o hatch Série 1 passa apenas pela sua primeira grande reestilização. 

Prolongar a história iniciada em 2004 pode até ser, mas conquistar as mesmas doze milhões de unidades vendidas do sedã, com quem compartilha a plataforma, não é o objetivo a curto prazo do Série 1. O que a BMW pretende, mesmo, é tornar a nova geração do hatch mais eficiente e sustentável para o futuro. Tanto que ele tem sistema de desligamento do motor nas paradas, religando quando se pisa no acelerador (Start-Stop), sistema de regeneração de energia das frenagens e motor turbo de baixa cilindrada. 

O Brasil já faz parte da busca pelo amadurecimento do novo Série 1 desde maio, quando ele desembarcou em nosso mercado em quatro versões, que usam a nomenclatura 118i: a básica (R$ 113.370), Urban Line (R$ 119.220), Sport Line (R$ 122.900) e Full (R$ 149.500). 


A 118i já vem com ar condicionado digital, central multimídia com sistema de navegação que exibe as informações em uma tela LCD de 7 polegadas no centro do painel, sistema de som com Bluetooth, USB direção elétrica, seis airbags, freios ABS, controles de tração, estabilidade e de contorno de curvas, os freios regenerativos e o sistema Start/Stop. Porém, os bancos são revestidos em tecidos. As rodas são de aro 16.  



A Urban tem os mesmos itens da versão básica descritos acima, mas adiciona detalhes de estilo como grade com acabamento metálico e 11 frisos, barra prateada na base dos para-choques, tomadas de ar modificadas, rodas aro 17 com desenho diferenciado, soleiras, ponteira do escapamento e detalhes cromados, bancos esportivos com faixa de couro colorido e iluminação interior azulada.

Na Sport a grade tem oito frisos, as ponteiras de escape e barras transversais do para-choque têm acabamento preto, as rodas são aro 18 (19 opcionais), soleiras e detalhes internos em vermelho, iluminação interna branca e a função Sport Plus agregada ao controle do modo de condução. A Full completa com bancos em couro e elétricos com memória, faróis de duplo xenônio, GPS e teto solar em cristal.




A exemplo do Série 3, o hatch também passa a impressão de que não mudou nada no estilo. Manteve a lateral de coluna larga, a característica grade frontal de duplo rim da BMW e a traseira limpa com lanternas nos cantos. Mas basta colocá-lo ao lado do modelo anterior que você verá que ele mudou sim. 

Os faróis, que antes eram alinhados com a grade, agora foram puxados para cima, formando um X na dianteira e uma empena cega perto do para-choque. A lateral ganhou mais vincos e o recorte das janelas, que cresceram, está bem mais inclinado. Já as lanternas ficaram mais trapezoidais. Tal como o sedã médio, ele também cresceu para comprovar a mudança: o comprimento passou para 4,32m (8,5 cm a mais) e a largura para 1,76m (+ 1,7 cm). Só a altura se manteve com 1,42m. 


O interior também ficou mais moderno, principalmente nos comandos do rádio, ar condicionado, sistema multimídia i-Drive e na tela central. O friso prateado que atravessava todo o painel agora fica separado, uma parte maior no lado do carona e outra no canto esquerdo, além de outros no console do assoalho e nas portas. Tudo estilizado. O quadro de instrumentos segue o visual conservador da marca, para facilitar a leitura. O acabamento tem pontos macios, mas há muito plástico de qualidade simples. 


O espaço interno para as pernas cresceu (a distância entre-eixos aumentou de 2,66 para 2,69m), mas o túnel central estragou tudo ao limitar a acomodação lateral e a de um quinto passageiro, que, mesmo assim, tem apoio de cabeça e cinto de segurança de três pontos. No porta-malas cabem apenas 360 litros.  

O Série 1 vendido no Brasil é chamado de 118i, mas seu motor é 1.6, com injeção direta e turbo TwinPower. É o mesmo bloco do THP usado no Mini e no grupo PSA, mas rende 170 cavalos por causa do sistema de turbina maior e de dutos separados. O câmbio é automático de oito marchas e opção sequencial, mas só na alavanca. Dentro da tradição da BMW a montagem do motor é longitudinal e a tração é traseira. 


O conjunto garante uma aceleração de 0 a 100 km/h em 7,5 segundos e velocidade máxima de 222 km/h, de acordo com a BMW. Segundo a revista Quatro Rodas, que o comparou com o já antigo Audi A3 Sportback, o novo 118i fez a boa média de 10,7 km/l na cidade e 15,4 km/l na estrada, deixando o rival bem pra trás. Outro destaque é o nível de ruído interno a 80 km/h de 56,8 decibéis. A frenagem a 120 km/h de 55,7 ficou atrás do Audi, mas é boa. 

Até o mês que vem chega o 116i, com motor de 136 cavalos. Futuramente também virão o 128i, 130i, com motor 2.0 turbo de quatro cilindros, e o hatch de duas portas preparado pela M. O cupê de três volumes ainda não foi apresentado. 

Se depender dos seus atributos de tecnologia e sustentabilidade, o novo BMW Série 1 tem tudo para ser tão tradicional quanto o Série 3. Mas, custando mais de 110 mil reais com acabamento simples, dificilmente o Brasil vai ajudar na sua história e ele será apenas mais um hatch premium em nosso mercado.


Pontos Fortes 

+ Motor
+ Desempenho 
+ Consumo
+ Conforto
+ Segurança
+ Itens de sustentabilidade

Pontos Fracos

- Acabamento
- Preço

FICHA TÉCNICA - BMW 118i

Motor: Quatro cilindros em linha, longitudinal, turbo, injeção direta de gasolina, 1.598 cm³, 16 válvulas
Potência: 170 cv 
Aceleração de 0 a 100 km/h: 7,5 segundos
Velocidade máxima: 222 km/h
Consumo: 10,7 km/l na cidade e 15,4 km/l na estrada (revista Quatro Rodas)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,32/1,77/1,42/2,69m
Porta-malas: 360 litros
Tanque:52 litros
Preço: R$ 113.370 (118i) / R$ 119.220 (Urban Line) / R$ 122.900 (Sport Line) / R$ 149.500 (Full)





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