Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação
Seria a grande chance do Hyundai Elantra. Em sua quinta geração, finalmente, o sedã médio sul-coreano poderia chegar ao mercado brasileiro em condições de destronar os japoneses Toyota Corolla e Honda Civic, além de superar as vendas do Chevrolet Cruze, Peugeot 408, Renault Fluence e Volkswagen Jetta.
Aí veio o aumento de 30% do IPI para os importados e bagunçou tudo. O carro, que teve pré-venda em São Paulo por R$ 68 mil, começa a ser vendido oficialmente em todo o país por R$ 76.900. A conferir se as montadoras dos concorrentes vão aproveitar a malandragem e também subir seus preços.
De qualquer maneira, o novo Elantra vai roubar a atenção dos rivais com as suas linhas fluídas e cheias de curvas, principalmente nos faróis, lanternas (ambos sem LEDs) e vincos dos para-choques. Com 4,53m de comprimento e 1,77m de largura, ele adere ao conceito de cupê de quatro portas, também adotado no Sonata. É a geração mais bonita desta família que foi uma das primeiras da Hyundai a chegar ao Brasil, em 1992, com visual quadrado. Supera a versão de 1996.
As curvas também marcam presença no interior, principalmente no painel, e com mais intensidade que no cupê de três portas Veloster. O console inferior é mais afunilado e não tem o "santo-antônio" do esportivo. O volante tem quatro braços. O acabamento é de bom nível, com materiais plásticos e emborrachados, mas os bancos são comportados e menos envolventes. O espaço traseiro é ótimo para as pernas (distância entre-eixos de 2,70m), porém, a cabeça roça no teto por causa das formas baixas da carroceria (altura externa de 1,43m). O porta-malas de 420 litros está de bom tamanho, mas poderia ser maior e vir com hastes pantográficas. É menor que o do Cruze. Comparar com os 340 litros do Civic já é covardia.
O Elantra só tem o motor 1.8, da série NU, com comando continuamente variável das dezesseis válvulas e 148 cavalos de potência. É menor e mais leve para reduzir o consumo e as emissões de gases poluentes. Infelizmente, ainda não é Flex. O câmbio pode ser manual ou automático, ambos de seis marchas.
A versão básica vem de série com airbag duplo, sistema de partida e acesso ao veículo sem a chave-cartão (Keyless), farois de neblina, ar condicionado automático, sensores de chuva e luminosidade, retrovisor com câmera de ré integrada, volante multifuncional com comandos de áudio, rodas de 17 polegadas de liga leve com pneus 215/45, rádio CD com MP3, piloto automático, pedaleira de alumínio e grade cromada. Custa R$ 76.900 com câmbio manual.
A versão com caixa automática de velocidades se chama GLS e adiciona controle de estabilidade (ESP), volante, manopla de câmbio e bancos aquecidos revestidos em couro. Sai por R$ 85.900. Pagando mais dois mil reais leva-se o teto solar elétrico.
Assim como o Veloster, o Elantra vem sem o GPS, o que torna a foto do painel, mais uma vez, ilustrativa. E, novamente, a Hyundai fornece poucas e desencontradas informações sobre os seus carros.
O sucesso do Elantra vai depender da reação do mercado e dos preços após o aumento do IPI.