LANÇAMENTO - PEUGEOT 308 CC

Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação

Matéria atualizada. Originalmente publicada em 16/07/2012 às 01:09

Mesmo não tendo um mercado convidativo para os carros conversíveis, ao contrário do seu clima ensolarado na maior parte do ano, o Brasil continua recebendo novos modelos em que é possível remover a capota. E, obviamente, continuam sendo caros e luxuosos.

O mais novo deles, o Peugeot 308 CC (ou Coupé Cabriolet), já está à venda por R$ 129.990, mil reais a menos que o cupê de teto de vidro ondulado RCZ, que é praticamente o mesmo carro.

O CC é o segundo modelo com a assinatura 308 a desembarcar em nosso país. O primeiro foi o hatch, que chegou em março. Entretanto, em termos de plataforma é o quinto. Também já temos o sedã 408 e o crossover 3008. Só falta a perua SW.

Como a frente do 308 hatch foi customizada para o nosso mercado dentro da nova identidade visual da Peugeot, o CC chega com o emblema do leão ainda sobre um fundo preto trapezoidal. Os faróis são transparentes, como no hatch e no 408. Atrás, as lanternas pontiagudas, dispostas verticalmente na quina da tampa do porta-malas, lembram o RCZ. No entanto, a tampa traseira do conversível com teto rígido elétrico, que abre ou fecha em 20 segundos, é mais reta e longa, ao contrário da curta e arredondada do cupê fixo. A linha de cintura do CC também é contínua e ascendente, enquanto no irmão fechado forma um degrau.

O 308CC tem 4,44m de comprimento, 1,82m de largura, 1,43m de altura e distância entre-eixos de 2,61m. O RCZ tem a mesma distância entre as rodas, mas mede apenas 4,29m no comprimento. Só que este é mais largo (1,85) e mais alto (1,56m).

O interior é o mesmo do resto da linha, exceto o 3008. O painel tem estilo simples, com três saídas circulares de ar no centro, console inclinado, quadro de instrumentos separados e volante de três braços. O acabamento é bem caprichado, com o tablier revestido em couro, assim como os bancos do tipo concha para os quatro passageiros, que têm saídas de ar dentro do apoio de cabeça integrado, na altura da nuca.

Se o RCZ mal acomoda crianças ou anões no banco de trás, o 308CC comporta melhor os convidados mais altos. Apesar disso, as pernas ainda vão apertadas, mas é melhor do que nada. O porta-malas com o habitáculo fechado chega aos 403 litros ou 226 litros quando o 308CC estiver aberto.

Para um carro de praticamente 130 mil reais não poderiam faltar, além do requinte, itens de conforto e segurança. A versão única do 308CC vem com seis airbags (frontais, laterais e de cortina), ar-condicionado digital de duas zonas, porta-luvas refrigerado e iluminado, freios ABS com EBD e auxílio de frenagem de urgência, piloto automático, controle de estabilidade, bancos dianteiros com regulagem elétrica e aquecimento, ar quente na nuca (sistema Airwave), sistema que evita turbulência com a capota aberta, faróis de neblina e luzes diurnas de LED na dianteira e traseira, sensores de chuva, faróis e estacionamento dianteiro e traseiro, rodas de liga leve de 18 polegadas, áudio hi-fi JBL com dez alto-falantes e navegador com tela de sete polegadas retrátil eletricamente no painel, entre outros itens mais triviais. Como nem tudo é perfeito, o teto de vidro, opcional na Europa, não veio. Poderia ser um diferencial entre os poucos conversíveis vendidos no Brasil. Ah, mas já tem o RCZ...

Pra quem tem acompanhado os últimos lançamentos da Peugeot, da Citroën e até da BMW, dou um doce pra quem adivinhar com qual motor ele veio. Adivinhou? Sim, ele mesmo. O 1.6 turbo de alta pressão (THP) e injeção direta de gasolina, com 165 cavalos e 24,5 kgfm de torque, que já tem no BMW Série 1, no Mini Cooper, no Citroën DS3 e nos Peugeot 408 THP, 3008, RCZ e 508. O 308 hatch ainda vai ganhar o seu no final do ano. O câmbio é automático de seis marchas. Segundo a fábrica, ele alcança 212 km/h e acelera de 0 a 100 km/h em 9,8 segundos.

Já tivemos veículos sem capota fabricados em série no Brasil. Mas eles sempre foram caros. Os saudosos Karmann-Ghia, Willys Interlagos, Escort XR3 e Kadett GSi não me deixam mentir. Nos tempos de hoje, a pouca popularidade dos modelos conversíveis não é apenas por causa do alto custo de produção e do medo da exposição excessiva atrair assaltantes, fofoqueiros e invejosos, mas porque, justamente, o sol forte no país, que aumentou nos últimos anos com o aquecimento global, incomoda os passageiros.

Mesmo assim, a Peugeot continua investindo neles e tem tradição em vendê-los aqui desde que começou a importar seus veículos a partir dos anos 90. Os dois últimos antecessores do 308 também vieram para cá, como o 307CC (2007-2010) e o 306 (1994-2000), ainda com capota de lona, além dos compactos 205 Cabriolet, com capota manual, (1992-1995) e o 206CC (2001-2008), que quase voltou a popularizar o segmento.